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Ministério Público de SP (Gaeco) deflagra Operação Medlecy 2 e prende 9 por desvio de remédios em SP, GO, ES e DF. 31/01/2018

Entre os medicamentos desviados, havia os destinados a tratamento de câncer

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria Geral da Administração (CGA) deflagraram nesta quarta-feira (31/1/2018) a Operação Medlecy 2, que resultou na prisão de nove pessoas investigadas por desviar medicamento de alto custo para o tratamento de câncer, entre eles, um servidor público. Os investigados devem responder por organização criminosa, crime contra a saúde pública e receptação dolosa qualificada. 

Foram cumpridos nove mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em São Paulo (Araraquara, Bauru, Guarulhos, Osasco e São Paulo), Goiás (Goiânia), Espírito Santo (Colatina) e Distrito Federal (Brasília). 

Essa operação é desdobramento das investigações iniciadas pelo Gaeco em abril de 2015, que apurou a atuação de um grupo criminoso que estaria obtendo medicamentos de alto custo de origem ilícita (furto, roubo e desvio de órgão público) para, em seguida, por meio de empresas de fachada, promover a venda desses medicamentos a clínicas e hospitais. As vendas eram realizadas pelo escritório sediado em Bauru, onde inclusive atuavam os líderes da organização. 

Ao término dessa investigação, que durou cerca de um ano, o Gaeco ofereceu denúncia contra 15 pessoas residentes em Piratininga, Bauru, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e Goiânia por organização criminosa, crime contra a saúde pública e receptação dolosa qualificada. 

À época, junto com o oferecimento da denúncia, foram cumpridos 12 mandados de prisão preventiva e efetuadas buscas em 37 endereços, além do sequestro de bens. Deflagrada em 19 de maio de 2016, a ação recebeu o nome de Operação Medlecy – nome da empresa de fachada, criada para atuação do esquema. Os investigados da primeira operação encontram-se respondendo a processo crime perante a 3ª Vara Criminal de Bauru, sendo que oito continuam presos. 

Após a primeira ação do Gaeco, detectou-se que caixas dos medicamentos de alto custo recuperadas durante a operação inicialmente tinham sido vendidas à Secretaria de Estado da Saúde para o tratamento de câncer. Pelos valores de aquisição, cada caixa custava cerca de R$ 8 mil. 

Foi desta forma que se detectou que um dos investigados é um funcionário público do Estado de São Paulo e trabalha como motorista no Instituto de Infectologia Emílio Ribas. Investigações indicam que entre abril e maio de 2016, o servidor teria recebido R$ 125 mil em depósitos bancários.

 As novas provas reunidas deram origem a esse outro procedimento investigatório, que culminou com a deflagração da Operação Medlecy 2. O exame dos novos elementos de prova, em conjunto com as obtidas no curso da investigação anterior, permitiram a identificação de novos 11 membros ligados a mesma organização criminosa, sendo que dez deles ocupavam a função de fornecedor de medicamentos de origem ilícita. 

 A investigação aponta que o grupo criminoso, por meio das vendas desses medicamentos a clínicas e hospitais, obteve faturamento de cerca de R$ 16,5 milhões entre setembro de 2014 e maio de 2016.

Núcleo de Comunicação Social

Ministério Público do Estado de São Paulo - Rua Riachuelo, 115 – São Paulo (SP)

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